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  • Escolha do evento (como se deu, qual a importância desse evento para Identidade e Cultura?) 

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No momento da escolha do evento, todos entramos num consenso de optar por uma festa típica. Um dos integrantes, Murilo, sugeriu que fossemos em uma festa junina localizada em uma vila na zona leste de São Paulo, chamada Maria Zélia. Murilo já trabalhou na fábrica que está ligada intrinsecamente com a produção cultural e histórica da vila, e, por ter conhecimento e ligação emocional com o lugar, deu a sugestão.

Acabamos gostando da ideia da festa junina por que em si, ela possui a junção da cultura de vários povos do Brasil. Então, se o nosso objetivo inicial foi escolher uma festa típica brasileira, por que não uma que unisse de alguma forma todas as regiões nacionais? Foi um arranjo perfeito e uma experiência enriquecedora.

O Brasil é um lugar muito rico em questão de acervo cultural, porém nós, os próprios brasileiros, não possuímos grandes conhecimentos a respeito dessas grandes manifestações – tanto pela dimensão continental do país, quanto pela enorme quantidade de amostras. Em contrapartida, para poder preservar a identidade do nosso povo, precisamos ter esse entendimento e consciência da relevância. Tanto para manter viva as tradições e costumes nacionais, quanto para preservar esses elementos para as futuras gerações.  

Aí se encontra a importância para Identidade e Cultura. Além de viver uma nova experiência, podemos sentir um pouco de vários pedaços do país ao mesmo tempo. Não que essa prova substitua a vivência real de uma viagem, mas chegou perto de nos fazer provar e assim, dar mais estima as peculiaridades culturais do Brasil. Dentro disso, ter passado por uma Vila tombada nos traz a discussão a respeito da questão tradicional de Identidade e Cultura, vivida de perto. Podemos conversar com os moradores e entender por eles as próprias identificações com a festa junina e com a Vila. Foi uma vivência enriquecedora.

  

  • Como foi o processo de ida ao evento? Tipo de condução? Tempo que durou? Observações sobre o percurso, sobre as pessoas que foram encontradas, sobre os acontecimentos ligados a trajetória. Colocar mapa do trajeto. 

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Os alunos que moram no ABC se dividiram em dois grupos até a estação Belém, que foi o ponto de encontro do grupo. Uma parte preferiu se deslocar pelas linhas de trem partindo da estação de Santo André (Daniel, Letícia e Ketlyn) ás 17:15 horas e a outra direto pelas linhas do metrô na estação Sacomã (Isabela e Victor) as 17:20 horas. Das duas pessoas que saíram de São Paulo, uma saiu da estação Anhangabaú (Talita) ás 18:00 horas e a outra da Pedro II (Murilo) as 17:30 horas.  Todos nos encontramos as 18:30 horas no metrô Belém. Segue abaixo o caminho:

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A partir do Belém, pegamos um ônibus de número 172P- 10 VIla Zilda no

próprio terminal do metrô até a rua Catumbi, as 18:40. Quem nos levou por

essa parte do trajeto foi o participante Murilo, que sabia o caminho.

Já dentro do ônibus, as pessoas que estavam conosco no transporte,

em sua maioria, eram adultas e idosas. Vestiam jeans e camiseta

(ou camisa). Não existiam lugares para sentar, e todos nós esperamos

a chegada em pé. O percurso não saiu como planejado pois o motorista

passou do ponto – mesmo que tenhamos dado sinal para descer. Assim,

tivemos que voltar andando cinco minutos para chegar no local que

deveríamos ter desembarcado inicialmente, na rua Catumbi. Lá, caminhamos

alguns metros até chegar a entrada da Vila (às 18:50), onde uma moça chamada

Bruna nos orientou a respeito do local da Festa Junina.

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  • Uma vez lá: 

a) Onde fica, o que tem no bairro;

b) Quanto tempo durou o evento;

c) Comportamentos, atitudes, vestimentas, grupos, posturas (dançam, falam alto, tossem, paqueram, bebem o que), códigos (arquibancada verde ou azul), preço (caro, barato), etc.

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O evento se localiza no bairro Belém. Esse bairro faz parte de um conjunto de bairros da região leste da capital de São Paulo que foram palco do grande processo de industrialização paulista ocorrido no final do século XIX e começo do XX. A Vila Maria Zélia é uma das consequências desse processo, sendo uma vila operária – a primeira do Brasil. Por onde passamos no trajeto de ônibus era bem equilibrado em partes comerciais e residenciais. No caminho, existiam algumas indústrias. As ruas estavam movimentadas, com algumas famílias e casais. Tinham também pessoas usando uniforme de empresas.

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O evento teve duração de 4 horas, mas o grupo participou durante 2h30. 

   

Grande parte do público presente no evento chegou ao local dirigindo veículos de marcas de alto poder aquisitivo, como observado nas ruas e estacionamentos. A vestimenta dos participantes também aparentavam ser de marcas reconhecidas por não possuírem preços populares, o que indica que essas pessoas possuem um poder aquisitivo alto. A postura apresentada por eles era formal, educada, porém, falavam em um tom de voz mais elevado, muito motivado pelos sons e músicas que estavam em um volume mais intenso. Relacionado a música, tocava-se em boa parte sertanejo – onde muitas pessoas arranjavam espaço para dançar perto de um palco localizado na rua onde acontecia festa junina, após algumas horas um grupo de samba se apresentou e tocou até o momento que estávamos presente. Boa parte das pessoas estavam reunidas em grupos familiares, compostos por pais, mães, avós, filhos, netos. Não havia muitos grupos de jovens (com exceção dos que moravam na vila e o nosso grupo) e poucos (quase nenhum) negro. Havia bebia alcoólica (principalmente cerveja) e algumas típicas (vinho quente, choconhaque e pinhão) no preço popular, assim como as comidas (Bolos, pastel, cachorro quente, bolinho de bacalhau, frutas com chocolate, batata frita, polenta, churrasco, tapioca, etc). 

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  • Relação com Identidade e Cultura (2 textos da bibliografia); 

 

Globalização reforçando o processo tradicional – Hall: 

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Uma das consequências da Globalização segundo Stuart Hall "a globalização caminha em paralelo com um reforçamento das identidades locais, embora isso ainda esteja dentro da lógica da compressão espaço tempo", trazendo pra temática do nosso trabalho, mesmo com tantas mudanças e inovações a todo momento a Festa Junina é uma tradição mantida em praticamente todos estados do Brasil. 
 

"Há, juntamente com o impacto do 'global', um novo interesse pelo 'local'. A globalização (na forma de especialização flexível e da estratégia de criação de 'nichos' do mercado), na verdade, explora a diferenciação local. Assim, ao invés de pensar na globalização como substituindo o local seria mais acurado pensar numa nova articulação entre 'o global' e 'o local'. Este 'local' não deve, naturalmente, ser confundido com velhas identidades, firmemente enraizadas em localidades bem delimitadas. Em vez disso, ele atua no interior da lógica da globalização. Entretanto, parece improvável que a globalização vá simplesmente destruir as identidades nacionais. É mais provável que ela vá produzir, simultaneamente, novas identificações "globais" e novas identificações 'locais' " (pag. 45).  
Com base nisso, notamos que não tem apenas uma forma de comemorar essa festa junina, mesmo acontecendo em todo Brasil cada região acrescenta algo novo, uma característica cultural própria. 

 

Circularidade por Petrônio Domingues: 

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"Comunicabilidade entre as classes dominantes e subalternas na Europa pré-industrial. Se dava de forma dialógica com influências recíprocas". Se tratando de uma das possíveis origens da festa, sendo a classe dominante o Estado e a Igreja e os subalternos os Índios, as influências seria a contribuição de ambas as partes (a Igreja colocando três santos para caracterizar a festividade como religiosa e o Índios que já comemorava a época de fertilidade) pra formar o que identificamos hoje como festa Junina. 

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Tombamento – Os Narradores de Javé: 

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No filme, o cercamento de pessoas buscava de alguma forma tornar a sua cultura e o Vale do Javé reconhecidos. Havia uma dificuldade para fazer o Estado e os empreendimentos privados reconhecerem a relevância do Vale. A forma como eles tentaram alcançar esse destaque foi o projeto do livro que contaria a história das pessoas e da origem daquele lugar. Já na realidade, há realmente no Brasil várias expressões ignoradas no contexto geral, devido também a dimensão continental do país mas principalmente pelo costume de sobrepor as expressões elitistas as expressões populares, que acabam invisibilizadas. Podemos relacionar esse descompasso com a forma como as festas juninas são absorvidas no país. Ainda que muitos frequentem as festas, conheçam seus símbolos, desconhecem a sua origem e importância. Isso acontece devido a falta de linearidade  e exatidão histórica que conte em si o processo da festa junina.  Para descobrirmos, por exemplo, a origem das festas juninas tivemos que relacionar narrativas diferentes e lidar com a falta de pesquisas acadêmicas. 

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  •  Volta (Que horas voltaram? Como foi o processo de volta ao evento? Tipo de condução? Tempo que durou? Observações sobre o percurso, sobre as pessoas que foram encontradas, sobre os acontecimentos ligados a trajetória. Colocar mapa do trajeto. Acrescentar: se chegou cansado, emendou outro programa. 

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Estávamos todos cansados e com as pernas doloridas – já que caminhamos bastante na festa junina e também por entre a Vila. Saímos ás 21h00 (o evento aconteceria até as 23h), andamos por um trecho entre a Vila Maria Zélia e o ponto de ônibus. Esse trecho foi bem vazio, sem ninguém nas ruas. Era uma parte industrial, com muros altos e fábricas. Lá, pegamos o ônibus 172R - 10 até a estação Belém (que demorou mas em 5 minutos chegamos, as 21:30). A participante Talita pegou o metro na linha vermelha sentido Corinthians Itaquera e desceu na estação Vila Matilde, para chegar até a sua casa, ainda pegou uma perua. O resto do grupo pegou o metro no sentido contrário, Palmeiras Barra funda. Daniel, Ketlyn e Letícia pegaram o trem na linha turquesa, sentido Rio Grande da Serra. Todos desceram na estação Prefeito Celso Daniel. Após isso Leticia pegou trólebus, Daniel caminhou até em casa e Ketlyn pegou um ônibus. Victor e Isabella desceram na Sé, fizeram baldeação até a estação Sacomã na linha verde, a partir dai pegaram o ônibus 152 - Sacomã sentido área verde. 
Enquanto estávamos entrando no metrô, presenciamos um garoto que pulou a catraca. Teve alguma comoção dos seguranças, mas no fim o garoto não foi retirado da estação.

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  •  Sensações no dia seguinte (aqui devem ser colocadas as sensações, emoções, sentimentos gerados e que transformações aconteceram no seu modo de ver o mundo, em relação a experiência gerada)

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Partindo do pressuposto que fomos a uma festa junina de um local tombado histórico e culturalmente, as expectativas eram altas já que até então nenhum dos integrantes (com exceção do Murilo) havia tido a experiência de conhecer um local tombado. Um integrante do grupo - Victor - nunca havia ido a uma Festa Junina/Quermesse. 

Diante desses fatos e após o fim do evento, a impressão de modo geral no grupo foi a de que, em meio a uma capital como a cidade de São Paulo, repleta de construções civis, organizações globais, avenidas importantes, avanços tecnológicos constantes e alvo do intenso processo de globalização, ainda há locais que preservam sua identidade cultural. A tradição da festa junina permanece presente todos os anos, apesar das inovações constantes.

Além disso, reconhecemos que infelizmente os órgãos públicos e os devidos ministérios responsáveis pelos assuntos culturais não oferecem estrutura necessária para a manutenção e conservação de locais como a Vila Maria Zélia, embora alguns prédios da vila sejam posse do INSS. No caso da Vila, os próprios moradores precisam, para conservar o local, realizar eventos e contar com patrocínios de empresas privadas para arrecadar fundos capazes de subsidiar a manutenção do museu do bairro. Inclusive um dos recursos para isso é a elaboração da festa junina. Pensar que a festa em si foi criada em decorrência de uma política omissa do Estado com alguma forma de suporte é triste. Apesar disso, a festa em si foi e é uma forma de coletar fundos para manter a sua tradição, sem com isso perde-la. A sua resistência nos fez refletir sobre a legitimidade e permanência de costumes locais no Brasil, mesmo dentro de elementos que consideramos tão corriqueiros como uma festa junina.

Título 1

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