Festa Junina
Vila Maria Zélia
Pesquisa de campo de Identidade e Cultura
Murilo Araujo
Inicialmente, ainda quando o grupo estava começando a se conhecer e entrosar, tardou para que houvesse o consenso sobre qual lugar faríamos a visita para o trabalho, porque tentamos encontrar um local que não prejudicasse a todos em questão de distância e por questão de segurança de cada um também. A princípio, era quase certo que iríamos para uma exposição, mas por fim decidimos que o evento seria a Festa Junina da Vila Maria Zélia.
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A ideia sobre a ida à vila partiu de mim. Pelo fato de eu ter trabalhado durante dois anos na Titan Pneus do Brasil, que desde 2011 ocupa todo o complexo fabril que está ligada com vila desde a sua construção, e também conhecer a Camila Rosa, minha amiga pessoal, residente na vila e presidenta da Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia, eu já conhecia a região e a grandiosa história da Vila Maria Zélia. Os demais membros do grupo gostaram da sugestão e então no restou somente combinar a data e o horário para irmos até lá.
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Chegou então o aguardado 23 de Junho. Um sábado ensolarado no qual acordei por volta das 11:40h. Embora eu estivesse no clima de Copa do Mundo, procurando acompanhar o maior número de partidas possíveis, deixei de lado o jogo entre Coréia do Sul x México que teve início meio-dia e fui ajudar em algumas tarefas para organizar um churrasco de reunião da minha família que ocorreu no espaço para eventos no condomínio em que moro junto com meus pais. Por volta das 14h comecei a me arrumar para voltar para voltar ao almoço com meus familiares. Fiquei lá até as 17:20h, então parti para o encontro com os demais integrantes do grupo que estariam na estação Belém, parte da Linha 3 - Vermelha do metrô.
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O trajeto que eu utilizei para chegar no ponto de encontro foi o mesmo que fiz durante dois anos de minha vida, então eu já estava mais que acostumado e familiarizado com ele. Quase em frente ao prédio em que moro há a estação Ana Neri, do corredor exclusivo de ônibus chamado Expresso Tiradentes, mais conhecido como "Fura Fila", que parte do Terminal Mercado, localizado no Parque Dom Pedro, região central de São Paulo, e que tem como destino três pontos finais: Terminal Sacomâ (5105-10), Vila Prudente (5109-10) e Terminal São Mateus (5110-10).
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Às 17:30 caminhei até a estação Ana Neri e embarquei no ônibus sentido Terminal Mercado (5105-10). Desembarquei na estação Pedro II que é ao lado da estação Pedro II do metrô e que faz parte da Linha 3 - Vermelha, segui então para a estação Belém, chegando lá por volta das 17:55h. Lá eu encontrei a Juliana, que era a única integrante do grupo que eu ainda não conhecia pessoalmente. Nos apresentamos um para o outro e ficamos conversando enquanto aguardávamos os demais membros.
Após a chegada da Letícia e seu namorado, da Ketlyn, Isabela e do Daniel, conversamos e tiramos algumas fotos enquanto aguardavamos a Talita que não demorou para chegar também. Após o grupo todo estar reunido, partimos então para a Vila Maria Zélia.
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Como já dito anteriormente, eu conheço a região e os meios para chegar ao local do evento, então fiquei responsável por guiar o grupo. Embora todos quisessem ir a pé para a vila, argumentei que o melhor caminho seria o feito pelo ônibus, por principalmente ser mais seguro, já que a região do Belenzinho não é um bom lugar para andar, principalmente durante a noite. No terminal de ônibus anexa ao metrô Belém embarcamos em um dos ônibus, o Vila Zilda - Metrô Belém (172P-10), que passam pela Rua Catumbi, que é uma das principais do bairro e nosso local de desembarque. O ônibus estava relativamente cheio, passou a ficar ainda mais com a entrada do nosso grupo nele. Solicitamos a parada para descer no segundo ponto da Rua Catumbi, porém o motorista não percebeu o sinal, o que fez a gente desembarcar apenas no terceiro ponto da rua e isso irritou alguns outros passageiros que também solicitaram a parada.
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A Rua Catumbi é uma via importante da região porque é a rota utilizada pelas empresas e fabricas que ali funcionam para fazer ligação com as proximidades da Marginal Tietê, facilitando assim o transporte de cargas.
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Subimos um quarteirão em direção a Rua Cachoeira que termina no começo da Rua dos Prazes, onde está localizado a entrada da vila e também da fábrica Titan Pneus. Durante a caminhada pela Catumbi e Cachoeira, notamos que boa parte do comércio local já estava fechado, com excessão de alguns botecos e um mercadinho.
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Ao chegar em frente a Vila Maria Zélia, tiramos mais algumas fotos e falei para o grupo sobre aquela região, que além da fábrica de pneus, havia a fábrica de móveis Ricco, uma indústria química e uma fábrica de caixas de papelão. Enfim adentramos na Vila.
A entrada para pedestres é feita através de um pequeno portão, que possui ao seu lado uma guarita onde fica a postos um guarda particular. Observei uma pequena praça com algumas árvores e mais a frente já avistei as barracas devidamente montadas e já preparadas para receber o público. Ao andar mais um pouco, conhecemos o seu Dedé, um antigo morador da vila e que ajudava na organização do evento. Ele foi receptivo e muito gentil ao disponibilizar uma parte de seu tempo para falar um pouco mais sobre a história da Vila Maria Zélia. Após a breve conversa, caminhamos pela vila, observando a belíssima e antiga arquitetura que contrastava com casas recém reformadas. Ao caminhar pela rua em que tem o muro que separava a vila da Titan, tive a sensação de caminhar em um cenário de filme de terror pelo fato dela estar com baixa iluminação. Nessa rua havia alguns grafites e os prédios da antiga escola para meninos e para meninas, qual fiz alguns registros fotográficos.
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Ao retornar para a rua em que estava ocorrendo a festa, reencontrei o minhas amigas Camila e Vanessa, que são um casal e apoiam a associação da vila citada anteriormente. As apresentei para meus novos colegas de grupo e faculdade, conversei sobre o trabalho de campo que estávamos realizando e elas nos deram um apoio, nos levando para o museu da história da Vila Maria Zélia, que fica em um sobrado muito antigo qual funcionava uma sapataria e um salão de dança.
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Após conhecer o museu, observar as fotografias expostas ali, saímos para tentar comprar alguma comida comercializada na festa, porém, pelo fato de todas as filas nas barracas estarem lotadas, decidimos ir embora, dado o horário, pensando principalmente no retorno dos integrantes do grupo que moram no ABC.
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Para retornarmos ao metrô Belém, por voltas das 21h, subimos a Rua dos Prazeres até o final, e durante esse percurso, reparei na grande quantidade de caminhões de carga ali estacionados. O final da Rua dos Prazeres se dá com o início da rua Evaristo da Veiga, uma pequena rua composta por duas empresas e diversas casas e ela termina na Rua Catumbi, qual subimos até a Avenida Celso Garcia, onde há o ponto de ônibus e lá esperamos por aproximadamente 10 minutos o ônibus Metrô Belém - Jaçanã (172R-10), para assim seguir até a estação do metrô.
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Chegando no metrô Belém, tiramos mais algumas fotografias e nos despedimos da Talita, que embarcou no metrô que seguia sentido estação Corinthians - Itaquera. Aguardamos mais uns instantes o metrô que seguia sentindo Palmeiras - Barra Funda e então embarcamos. No meio do trajeto, eu, o Victor e a Juliana nos despedimos da Ketlyn, Isabella e Daniel, que desembarcaram na estação Brás para fazer a baldeação para a CPTM e pegar o trem até Santo André. Eu desembarquei na estação seguinte, a Pedro II, enquanto o Victor e a Juliana seguiram caminho para ir para a Linha 2 - Verde do Metrô.
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A desembarcar na Pedro II, segui até a estação Pedro II do Expresso Tiradentes, mas pelo fato de uma das pistas estar em reforma mo trecho entre Pedro II e Ana Neri tive que embarcar no ônibus sentido Terminal Mercado para que assim eu pudesse pegar qualquer uma das três linhas que seguiam para o Terminal Sacomã, São Mateus ou Vila Prudente, visto que a estação Ana Neri é parada obrigatória para todos eles. Já dentro do ônibus, o 5105-10, com poucos passageiros, notei que boa parte dos que ali estavam aparentavam estar voltando do trabalho e seguindo seus caminhos para suas casas.
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Finalmente chegando em casa, aproximadamente 21:50, tomei um banho e preparei meu jantar, visto que eu não me alimentava desde às 17h. Dormi por volta das 2h sentindo a fadiga muscular nas pernas e costas além de uma leve dor de cabeça por causa da exaustão.
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No dia seguinte, acordei por voltas das 13h, ainda sentindo sono por ter dormido mal, mas sem dores ou fadiga que ocorreram na noite do dia anterior e sem nenhum sentimento especial em relação à visita na festa da Vila Maria Zélia.
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